terça-feira, 29 de outubro de 2013

Prova nacional para crianças do primeiro ciclo do ensino fundamental preocupa especialistas

Pressão pela alfabetização

Prova nacional para crianças do primeiro ciclo do ensino fundamental preocupa especialistas; eles temem que uma ênfase na medição possa mecanizar o processo e levar ao ranqueamento das escolas


Rodnei Corsini
Focar excessivamente o teste e prejudicar o processo de aprendizagem. Essa pode ser uma das consequências de avaliações de alfabetização aplicadas em larga escala e uma das preocupações entre especialistas em relação à Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), prova do governo federal a ser aplicada, a partir deste ano, para os alunos do 3o ano do ensino fundamental da rede pública. A ANA será feita anualmente, perto do fim do período letivo, de modo censitário.
As preocupações entre especialistas são muitas. O professor da Faculdade de Educação da Unicamp, Luiz Carlos de Freitas, teme que a ANA contribua para a pressão contra escolas, professores e alunos. "Vai aumentar a prescrição de materiais apostilados, desqualificando-se cada vez mais os profissionais que, em vez de exercitarem a reflexão sobre a sua prática pedagógica, serão instados a seguir receitas", acredita. Para ele, avaliações de larga escala não necessitam ser censitárias e nem anuais. "O que tem influenciado a existência de avaliações censitárias é a ideia de responsabilizar o professor e a escola individualmente. Essa 'auditoria' permanente é que exige esse modelo", afirma.

Choro e cobrança
João Luiz Horta Neto, pesquisador do Inep e doutor em política social, admite que dependendo da forma como se implementam os testes para avaliação, os professores podem se sentir pressionados a dar um foco excessivo no trabalho para o bom desempenho dos alunos - mas um bom resultado no teste não significa, necessariamente, que o processo educacional esteja acontecendo como deveria.
Ele descreve o cenário que presenciou quando acompanhou a aplicação de testes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) - Provinha Brasil e Prova Brasil - em vários anos escolares. Segundo ele, nos anos iniciais as crianças chegam a chorar quando não conseguem resolver todas as questões no tempo estipulado. "Você percebe que o ambiente fica tenso e a criança se cobra muito - e não sabemos se no momento anterior houve pressão da escola, da família e do professor", relata.
A pesquisadora da coordenação geral de estudos educacionais da Fundação Joaquim Nabuco, Patrícia Simões, teme que esse tipo de avaliação tenha um efeito de pressão indesejada também sobre o currículo escolar. Em busca de obter bons resultados, os professores podem ser induzidos a montar aulas de "treinamento" para a prova. "E isso traz muitos danos para o processo de aquisição da linguagem escrita do aluno", diz Patrícia.
ANA x Provinha BrasilPor outro lado, para medir a alfabetização - e mesmo que não houvesse uma meta definida de "idade certa" para esse processo -, não há como escapar das séries iniciais do ensino fundamental. A ANA está aliada ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), que tem como meta a alfabetização das crianças até os 8 anos de idade, ao final do 3º ano do EF. Ana Paula Ribeiro, professora adjunta do Departamento de Teoria e Prática do Ensino da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora adjunta do Pnaic no Estado, defende que quanto mais cedo, melhor.
Matriz desconhecida
"Os modelos de avaliação da Educação Básica que existem hoje realizam avaliações ao final do 5º ano. Os problemas detectados nessa avaliação dificilmente são sanáveis àquela altura. Quanto mais cedo os alunos forem avaliados, maiores serão as chances de terem garantidos os seus direitos de aprendizagem", diz Ana Paula, referindo-se à Prova Brasil aplicada no 5o ano.
Com a ANA, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) passa a ser composto pela Avaliação Nacional de Rendimento Escolar (Anresc ou Prova Brasil), pela Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb) e pela ANA. A nova avaliação foi decretada em junho, em duas portarias (do Ministério da Educação e do Inep) publicadas no Diário Oficial da União. A avaliação vai testar conhecimentos em leitura, escrita e matemática e será aplicada de maneira censitária para as turmas regulares e de forma amostral para turmas multisseriadas. A matriz de referência da ANA, segundo o Inep, será disponibilizada em breve, mas o Instituto informou que não há data definida para isso.
Para avaliar a alfabetização nos primeiros anos do ensino fundamental, o Saeb já contava com a Provinha Brasil, uma avaliação diagnóstica aplicada em duas etapas (no início e no fim do ano letivo) para os alunos do 2o ano. Segundo o Inep, a prova não sofrerá alterações. De acordo com o órgão, a ANA foi criada para "avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência" do ciclo de alfabetização das redes públicas. Já a Provinha Brasil é um instrumento disponibilizado para o professor, com caráter diagnóstico de sua turma.
Integrada ao Saeb e aplicada desde 2008 para os alunos do 2o ano, a Provinha Brasil parece dividir opiniões. Para o professor Luiz Carlos de Freitas, da Unicamp, a avaliação foi eficiente em evitar o ranqueamento e a pressão sobre o docente. "A prova vai direto ao pedagógico, ao diagnóstico, provendo o professor de informações sobre seus estudantes", diz. Já a pesquisadora da coordenação geral de estudos educacionais da Fundação Joaquim Nabuco, Patrícia Simões, acredita que, para o professor, a avaliação externa nem sempre é considerada melhor do que aquela desenvolvida no processo de ensino. "Os professores não utilizam os resultados das avaliações para repensar suas práticas pedagógicas. As provas são aplicadas como uma atividade obrigatória que deve ser cumprida por ser uma demanda do MEC, ou das secretarias estaduais ou municipais de educação", avalia Patrícia.
O que avaliar
Um dos maiores desafios no caso da avaliação nessa etapa é como medir o processo de alfabetização. Como os alunos aprendem em ritmos diferentes corre-se o risco de fazer a medição na prova em um momento em que o processo do aprendizado não está concluído. "A avaliação já é feita com a Provinha Brasil em dois momentos do 2o ano e, agora, com a ANA no 3o ano de escolaridade. Com isso, que tipo de mensagem é passada para a escola? 'Professores, vocês têm de se preparar para o teste porque é ele que vai dizer se a criança está alfabetizada ou não'", diz João Luiz Horta Neto, do Inep.
Outra questão a ser considerada é qual será o conceito norteador da avaliação das habilidades de leitura e escrita. "Diferentes definições levam a diferentes indicadores, diferentes matrizes e diferentes itens nos instrumentos de avaliação", diz Patrícia Simões. Alguns testes avaliam competências associadas a elementos importantes da alfabetização, como habilidades consideradas periféricas à leitura.
A falta de informação sobre as matrizes de referência da ANA gera incertezas sobre qual conceito prevalecerá. Patrícia lembra que em documentos do MEC, como os Parâmetros Curriculares Nacionais e os cadernos de orientação dos avaliadores da Provinha Brasil, são utilizados os termos "alfabetização" e "letramento". "Mas, ao se analisar o instrumento da Provinha Brasil observa-se uma ênfase na avaliação de habilidades de domínio do código escrito", diz Patrícia. "Como consequência, a proposta de classificação dos níveis de desenvolvimento da linguagem escrita apresentada para a Provinha Brasil parece confusa. Priorizam a avaliação das habilidades de decodificação e identificação de letras, sílabas e palavras em detrimento do conhecimento de gêneros textuais e funções da linguagem escrita", completa.
Como usar os resultados
Para Gisele Carvalho, pedagoga e mestra em educação na área de Avaliação e Políticas Públicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (MG), o potencial de informação que avaliações em larga escala produzem é muito importante para auxiliar governos, escolas e professores a planejarem suas ações. "Tais informações permitem identificar necessidades de aprendizagem e de investimentos diversos. Os efeitos desse tipo de avaliação são múltiplos, embora dependam não só dos usos pedagógicos, mas também dos usos políticos dos resultados e informações coletados", diz. "Cabe às escolas aplicá-la, corrigi-la e utilizar pedagogicamente os resultados - este último, julgo ainda, é um desafio", completa.
Segundo Ana Paula Ribeiro, o modelo de avaliações em larga escala com aplicações censitárias leva os resultados a ser socializados mais rapidamente e de forma mais inteligível aos professores e gestores. "Assim, a comunicação é mais efetiva e o uso dos resultados é orientado para a dimensão pedagógica, o que é um importante diferencial em relação aos modelos amostrais", afirma.
Os primeiros instrumentos de avaliação da alfabetização no Brasil são do final dos anos 1980, lembra João Luiz Horta Neto, pesquisador do Inep. As primeiras aplicações de pesquisas no âmbito nacional, desenvolvidas pela Fundação Carlos Chagas, foram em 1988. Segundo Horta, a preocupação naquela época era identificar se estava acontecendo algum problema na alfabetização e, caso estivesse ocorrendo, verificar como o sistema educacional   poderia atuar junto à formação de professores - tanto na inicial quanto na continuada. "As avaliações não tinham por objetivo classificar escola ou premiar professor, e também não se comentava que havia uma idade certa para a criança estar alfabetizada. Hoje a ênfase é totalmente diferente", diz.
Para Sandra Zákia Sousa, professora da Faculdade de Educação da USP, a iniciativa de criar a ANA faz parte da crença de que provas externas e em larga escala têm potencial de ser um meio indutor de qualidade do ensino e da aprendizagem. "Além de não ser possível fazer essa associação direta - haja vista os persistentes dados de fracasso escolar, apesar da instituição do Saeb há mais de duas décadas - vale comentar possíveis desserviços desta iniciativa nos anos iniciais da escolarização", afirma. Sandra tem divulgado em seus trabalhos que a concepção de avaliação cujo foco seja o desempenho em testes desloca a discussão, indesejadamente, da qualidade do ensino do âmbito político e público para o âmbito técnico e individual. "Isso tende a ativar mecanismos que estimulam a competição entre escolas e redes de ensino", aponta.
Logística da prova preocupa
De acordo com informação publicada no Diário Oficial da União, a Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) será realizada entre os dias 11 e 21 de novembro deste ano. O Inep, entretanto, não divulgou os valores de custo da avaliação e, segundo o Instituto, ainda estão sendo definidos os requisitos para a contratação da empresa que vai aplicar a prova. Segundo informação do blog Educação e Pesquisa, escrito por Beatriz Rey no site da revista Educação, alguns técnicos do Inep apontaram a necessidade de dedicar mais tempo para a elaboração das matrizes de referência da ANA, além da preparação dos itens e questionários socioeconômicos e da etapa de pré-teste. Também alertaram sobre possíveis dificuldades logísticas, sobretudo para que as empresas que forem contratadas encaminhem em tempo o material para a análise do Instituto.

Avaliações estaduais
Além dos testes em nível nacional para a alfabetização - Provinha Brasil e, agora, a ANA -, alguns estados aplicam suas próprias avaliações na rede pública. Ana Paula Ribeiro, professora adjunta da Universidade Federal do Ceará (UFC), cita como exemplo os Estados do Piauí e da Bahia, além do próprio Ceará, considerado o "berço" do programa federal de alfabetização na idade certa. Em 2008, o Piauí criou o Programa Palavra de Criança - baseado nos resultados da Provinha Brasil - para ter seu próprio modelo de uso dos resultados da avaliação. Em 2011, a Bahia firmou o Pacto Todos pela Escola que, entre outras ações, avalia os alunos do 2º ano do ensino fundamental com a Provinha Brasil - aplicando e consolidando os dados com uma equipe externa à escola. Minas Gerais foi pioneira, no âmbito estadual, ao utilizar avaliações para a alfabetização, já no final dos anos 1980. Hoje, conta com o Proalfa - um programa similar à ANA em relação ao formato e periodicidade da prova: anual, censitária, aplicada para os alunos do 3o ano. E São Paulo, que também conta com seu próprio mecanismo de avaliação da alfabetização - o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) - abaixou no último mês de julho sua meta de "idade certa" para alfabetização de 8 para 7 anos. Com isso, os estudantes da rede pública paulista do 2o ano também serão submetidos pela primeira vez à avaliação do Saresp no final deste ano letivo. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não informou qual será o critério para considerar os alunos de 7 anos alfabetizados.
Setembro/2013
Avaliação | Edição 197
FONTE - revistaeducação.uol.com.br

sábado, 19 de outubro de 2013

Práticas Pedagógicas

"ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTO, 
MAS CRIAR POSSIBILIDADES 
PARA A SUA PRÓPRIA PRODUÇÃO 
OU A SUA CONSTRUÇÃO."
Paulo Freire

Práticas desenvolvidas com alunos da Educação Infantil - PRÉ II

Conceito `DÚZIA` 
Esta atividade consistiu em construir com as crianças o conceito de dúzia e meia dúzia. 
Cada criança confeccionou seu próprio material:
* 12 ovos feitos com folhas de papel jornal amassadas
* os ovos organizados numa embalagem para ovos
* ovos enumerados com fichas coloridas de 1 até 12.    





Organização do Mercadinho 
As crianças trouxeram para a sala de aula diferentes embalagens de produtos de mercado.
Estas embalagens foram organizadas pelas crianças, obedecendo critérios de classificação, seriação e ordenação. Além disso, também auxiliaram na definição dos preços, na exposição dos produtos nas prateleiras e, por fim, vivenciaram práticas de compras e vendas.



Práticas desenvolvidas com alunos do Ensino Fundamental - 3 Ano

Dramatização da obra literária - 'A Casa das Dez Furunfunfelhas' de Lenice Gomes
Meus alunos do 3° Ano tomaram conhecimento dos trava-línguas e das adivinhas apresentadas na obra de Lenice Gomes. 
Em seguida, a obra foi lida, dramatizada pelos alunos e apresentada na escola.
Foi um sucesso, os alunos adoraram o trabalho!

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

10 habilidades emocionais que as crianças precisam desenvolver...

... e como você pode ajudar seu filho na prática no dia a dia

menina_brincando (Foto: Shutterstock)
 
Autoconfiança
Ressaltar as qualidades do seu filho e mostrar que você acredita na capacidade dele é a chave para que ele faça o mesmo. Na hora de repreendê-lo, por exemplo, foque no comportamento ruim em vez de rotulá-lo. “É preciso censurar o fato e não quem o praticou. Se eu digo a uma criança que ela é teimosa, ela vai acreditar nisso e se tornar mais teimosa”, explica Edimara de Lima, psicopedagoga e diretora da Prima Escola Montessori, em São Paulo. Reforce o que for positivo, mas não elogie sempre, só por elogiar, para não criar uma postura arrogante nem uma pessoa que não saberá lidar com críticas. No dia a dia, mostre que ele pode contar com seu apoio para realizar tarefas simples, como escovar os dentes, mas, ao mesmo tempo, dê autonomia para que ele aprenda a fazer sozinho e encontre a sua própria maneira.
 
 
 
Coragem
Ter medo de algo que não conhecemos ou não conseguimos entender é natural, e até esperado. Toda criança já teve medo do escuro ou do bicho papão. Para ajudar seu filho a encarar esses e muitos outros receios que vão surgir (do vestibular, de aprender a dirigir e até de conhecer a sogra), dê espaço para que ele expresse e entenda o que está sentindo. Uma boa dica é usar livros e filmes que falem sobre esses medos. O primeiro dia na escola pode parecer assustador, mas depois que ele enfrentar as primeiras horas e se acostumar com a classe vai perceber que está tudo bem, e que ele nem precisava ter ficado com tanto medo. “A coragem é essencial para que possamos aceitar desafios, ir atrás dos nossos objetivos, aprender coisas novas e defender os nossos valores”, afirma Steven Brion-Meisels, educador que há mais de 35 anos trabalha com o tema e é professor da Escola Superior de Educação de Harvard, da Lesley University (ambas nos EUA) e da Universidade de Los Andes (Bogotá, Colômbia).
 

Paciência
“Tá chegando?” Quantas vezes você já ouviu isso durante uma viagem longa? Aprender que não podemos controlar tudo e que é preciso saber esperar não é fácil nem para nós, adultos, imagine então para uma criança que está ansiosa, entediada ou ainda não entende totalmente a passagem do tempo. Mas as filas de banco e as salas de espera de consultórios médicos são apenas algumas das situações que vão exigir do seu filho paciência. Mostre para ele que cada coisa tem o seu tempo. Um jogo em família ou uma conversa na mesa de jantar são bons exemplos de situações cotidianas em que cada um precisa esperar a sua vez, seja para jogar ou para falar e ser ouvido.
 
Persistência
Quando estiver aprendendo a andar, seu filho vai se desequilibrar e cair, e por isso mesmo precisa do seu apoio e incentivo para perceber que um pouco de treino e muita persistência vão garantir seus primeiros passos. E esse é apenas um dos muitos desafios que ele vai enfrentar, então não caia na tentação de fazer tudo por ele. “O estímulo positivo é importante. Mostre que o fato de ele não ter sucesso naquele momento, naquela atividade específica, não quer dizer que ele nunca vai conseguir vencer o desafio”, diz Quézia Bombonatto, terapeuta familiar e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia. Só assim ele vai poder traçar metas e superar os obstáculos para alcançar seus objetivos sem desistir no meio do caminho.
 

Tolerância
Quando vai para a escola, seu filho entra em contato com dezenas de outras crianças com realidades e comportamentos diversos e muitas vezes totalmente diferentes de tudo que ele conhece. Aprender a aceitar essas diferenças é o começo do caminho para uma convivência tranquila e harmoniosa com o outro. “É importante criar oportunidades de interações mais cooperativas, como jogos coletivos, para que a criança comece a conhecer tanto as regras quanto as necessidades dos outros”, afirma o psicólogo Ricardo Franco de Lima, especializado em Neurologia Infantil. E os seus modelos também contam muito para o desenvolvimento da tolerância do seu filho. Ele só vai aprender a compreender o outro se vir os pais fazendo isso no dia a dia. Quer um exemplo? Sua atitude com os mais velhos é que vai ajudá-lo a ter paciência com os avós e com o irmão mais novo.
 
Autoconhecimento
Quem sou eu? Eu gosto disso ou prefiro aquilo? Essas indagações só vão passar pela cabeça do seu filho por volta dos 3 anos. É quando ele vai começar a se questionar, a se perceber e, claro, a expressar suas vontades, agora com motivos e razões mais consistentes. Aos poucos, ele vai se conhecer melhor e isso será fundamental para que ele pense e aja com mais segurança, respeitando o que sente. Também é o primeiro passo para se relacionar com as pessoas à sua volta. “A criança aprende primeiro a se relacionar com ela mesma, a entender o que sente, para depois transferir esse conhecimento para a relação com o outro”, diz a psicopedagoga Quézia Bombonatto. Incentive seu filho a perceber quais são suas preferências, pergunte, peça para ele explicar, conte as suas próprias histórias. Sempre ofereça opções e pergunte de qual ele gosta mais e o porquê.
 

Controle dos impulsos
Uma sala vazia, uma criança de quatro anos e um marshmallow. A proposta é simples: ela pode comer o doce ou esperar e ganhar mais um, ficando com dois. Esse teste foi criado por um pesquisador da Universidade de Stanford (EUA) há mais de 50 anos para analisar quais crianças eram capazes de controlar suas emoções para conseguir conter seus impulsos.
O estudo voltou a analisar as mesmas crianças anos depois, no ensino médio, e aquelas que resistiram à tentação de comer o primeiro marshmallow por cerca de 20 minutos tinham um desempenho escolar maior do que as que comeram. Isso porque elas sabiam adiar a satisfação para ter uma recompensa. “Querer não é errado, mas nem sempre é possível ter o que queremos, por isso é tão importante controlar o desejo e as reações frente aos impulsos”, diz o psicoterapeuta Iuri Capelatto. Em casa, terá dias que ele vai querer comer correndo para ganhar logo a sobremesa. Mas ensine que ele deve, primeiro, esperar todos acabarem o jantar.
 

Resistência às frustrações
“Dizer não é a maior prova de amor que um pai pode dar”, afirma a psicóloga Ceres de Araújo. É assim, com pequenas doses de frustração, que seu filho vai aprender a lidar com as adversidades e a superar os problemas sem se deixar abater. Isso é o que os especialistas chamam de resiliência, ou seja, a capacidade de sobreviver às dificuldades e usá-las como fonte de crescimento e aprendizado. Se ele não souber lidar com pequenos “nãos”, como “aí não pode”, “é hora de ir embora”, “esse brinquedo é caro demais”, terá mais dificuldade de aceitar e superar o não do chefe ou da namorada, por exemplo. E tentar poupá-lo só vai atrapalhar. “Os pais precisam parar de confundir felicidade com satisfação de desejos. As crianças precisam ter contato com pequenas impossibilidades para poder lidar com as maiores depois”, completa a psicopedagoga Edimara. Portanto, não se culpe por ter de dizer não a ele de vez em quando. Isso só fará bem para todos vocês!
 
Comunicação
Conversar sobre o que seu filho fez durante o dia é um estímulo para que ele aprenda a organizar as ideias e transformá-las em frases de uma forma que os outros possam compreender. Provavelmente a primeira resposta será “legal”, mas não desista! Fazer outras perguntas ou até falar sobre o seu dia também pode ajudar. Afinal, de nada vai adiantar ele ter boas ideias se não conseguir contá-las aos outros. “Outras atividades que favorecem a interação verbal também são importantes, como contar e recontar histórias, interpretar essas mesmas histórias e ler um livro junto com os filhos”, diz o psicólogo Ricardo Franco de Lima. Mas mesmo antes de aprender a falar, o bebê já se comunica por meio de gestos e precisa ser estimulado a verbalizar. Se ele apontar para um objeto, por exemplo, em vez de entregá-lo prontamente, pergunte o que ele quer, fale o nome do objeto e dê um tempo para ele tentar articular alguns sons. Depois que ele aprender a ler e escrever, procure ensiná-lo também que, além da linguagem do bate-papo com os amigos, será importante para a vida que ele saiba o português formal, por mais complicado que isso possa parecer.
 

Empatia
Até por volta dos 2 anos, a criança só consegue ver as coisas a partir da sua perspectiva. A partir dessa idade ela já consegue se colocar no lugar do outro e pode começar a exercitar plenamente a empatia. “Para que seu filho entenda o que outra pessoa está sentindo, ele precisa de ajuda para reconhecer, nomear e expressar suas próprias emoções, bem como as consequências das suas ações”, diz o psicólogo Ricardo de Franco Lima. Diante de um conflito, pergunte por que ele agiu assim, o que pensou e sentiu e incentive-o a imaginar o que o outro está sentindo também, levantando possibilidades, mas deixando que ele mesmo crie maneiras de resolver a briga.

Fonte:  http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Comportamento/noticia/2013/07/10-habilidades-emocionais-que-criancas-precisam-desenvolver.html

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O DESENHO E A PINTURA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Como o desenho e a pintura beneficiam o desenvolvimento infantil
Cada criança nasce com o desejo de aprender sobre o meio à sua volta, gerando um universo repleto de surpresas e imprimindo uma marca pessoal que surge do impulso criativo universal.

Entre as muitas maneiras de estimular as crianças a explorar e a expressar sua criatividade, a arte é uma das mais frutíferas. Nesse contexto, o desenho e a pintura dão asas à imaginação de forma incomparável.

A partir dos dois anos, as crianças experimentam com os primeiros rabiscos, e incentivá-las a explorar esse campo abre um leque de possibilidades que inclui a diversão, o desenvolvimento estético e o aperfeiçoamento da motricidade fina. Ao mesmo tempo, o ato de desenhar cria um espaço pessoal para a compreensão das emoções.

Portanto, se você perceber que seu filho se interessa por lápis e tintas , incentive-o. Você abrirá uma porta e proporcionará os seguintes benefícios:

Diversão: Desenhar e pintar não só expande a mente das crianças, permitindo que observem as situações da vida de forma criativa, como também é uma forma perfeita de comunicar com mais profundidade o que sentem e pensam.

Pensamento crítico: Quando desenham, as crianças devem tomar decisões sobre o que estão criando, o que desenvolve o pensamento crítico desde a idade mais nova.

Autoestima: Ao abordar esta prática artística e recreativa como algo livre, em que não há regras fixas impostas, a criança pode se orgulhar de suas habilidades. Em primeiro lugar, ela terá a agradável sensação de ser capaz de atingir objetivos – o que aumentará sua autoconfiança – e em segundo, ela poderá mostrar seus desenhos a outras pessoas. Uma reação encorajadora reforçará seu desejo de continuar explorando esse campo.

Relaxamento: O ato criativo em si proporciona à criança um momento relaxante, em que ela pode expressar o que vê, sente e compreende em cada fase do seu crescimento.

Desenvolvimento intelectual : Sabe-se que o lado direito do cérebro age nas respostas emocionais e criativas, enquanto o lado esquerdo se concentra nos processos de análise lógica. Pintar incentiva as crianças a usar ambos os lados, o que pode estimular o desenvolvimento máximo de seu potencial.

Habilidades físicas: Tanto o desenho como a pintura exigem alguma precisão, o que os torna extremamente benéficos para o desenvolvimento da motricidade fina.

Laços afetivos: O acompanhamento de um adulto reforçará os laços afetivos com a criança, graças ao tempo dedicado, à diversão e ao aprendizado mútuo proporcionados pela brincadeira.

Uma boa ferramenta na escola
Segundo a psicóloga Shaaron Ainsworth, da Universidade de Nottingham (Reino Unido), desenhar também oferece benefícios pedagógicos, que deveriam ser explorados da mesma forma que a leitura e a escrita. Ela cita três razões específicas:

1 . Desenhar, como mencionamos acima, aumenta a capacidade de comunicação e envolve o aluno nas atividades propostas em sala de aula, retirando seu papel de receptor passivo da informação.

2. Ao mesmo tempo, permite compreender a realidade científica com mais facilidade, que muitas vezes é representada por gráficos, desenhos e outros tipos de discursos não-verbais durante a jornada escolar.

3. Como a representação gráfica de um conceito, exige capacidade de síntese e destreza espacial, desenhar permite aos jovens estudantes organizar o que aprenderam, o que pode ser mais eficaz que os resumos e apresentações orais.

Os benefícios da pintura para o desenvolvimento infantil são indiscutíveis. Portanto, procure os melhores materiais disponíveis e ensine seu filho a aproveitá-los ao máximo.

Se você se preocupa com a limpeza doméstica, os novos produtos, como a linha Color Wonder da Crayola permitem que as crianças pintem com papéis e tintas especiais, que só funcionam juntos. Utilizando as canetinhas e tintas Color Wonder que reagem apenas no papel Color Wonder, as crianças soltam a imaginação e os pais ficam tranquilos quanto à sujeira. 

Quer incentivar as habilidades artísticas do seu filho? Baixe atividades para colorir aqui: www.discoverykidsbrasil.com/atividadescrayola